segunda-feira, 28 de junho de 2010

antigamente, quando me falavam em ambiente, poluição, aquecimento global, "não deites papéis para o chão" e etc, pensava nisto da seguinte forma: ok, é verdade, estamos a destruir isto tudo, mas... eu sou só uma pessoa. o que é que uma só pessoa, quando milhões o fazem, adianta ou altera a situação? porque é que eu me vou preocupar com isso se mais ninguém se preocupa e acaba por ficar tudo igual? era assim que eu via as coisas. aliás, cada vez que apareciam ecologistas na televisão, com cartazes e coisas como "salvem as baleias", eu chegava a ter pena deles, porque realmente aquilo não os iria levar a lado nenhum, ninguém iria mudar nada e muitas vezes me surgiu o "pf, isto é uma perda de tempo". à medida que fui crescendo, estava cada vez mais dentro da situação e na escolha do último trabalho de biologia do 12º ano, decidi ficar sozinha e falar sobre "aquecimento global e efeito de estufa". isto levou-me a pesquisar centenas de coisas, muitas que já nem precisava mas queria saber cada vez mais. esta procura levou-me a livros que tinha em casa sobre o assunto e por fim alguns filmes, entre eles o "uma verdade inconveniente" (que me foi mostrado pela escola aos 14 anos. com 14 anos os miúdos não querem saber de mais nada senão aquecimento global...). toda este conhecimento revoltou-me. não sei bem o que me aconteceu, mas o "ser só uma pessoa" já não me interessava. eu tinha de falar, explicar, dizer a toda a gente o que está a acontecer. mesmo que não mudasse nada. mesmo que não adiantasse. a partir de uma certa altura, dei comigo a apanhar lixo do chão da escola. percebi que era inútil pedir a meninos e meninas do 7º ano que deitassem o papelinho no azul, e não no amarelo só porque estava mais perto. obriguei os meus pais a comprar lâmpadas fluorescentes. e não, não me esqueci de todas as fábricas e automóveis que a cada segundo enviam gases de efeito de estufa para a atmosfera. mas também não me esqueci das pessoas que moram a 50 metros da escola e vão de carro, dos que pensam que os seus filhos e netos vão viver num mundo todo bonito e colorido, dos que sujam tudo e mais alguma coisa porque o caixote do lixo não está à distância de um levantar de braço. e decidi escrever isto porque cada vez mais me preocupo com a Terra. posso não fazer com que parem de a destruir, mas posso abrir os olhos às pessoas, isso posso. e para mim, já não é uma perda de tempo.

pessoas da minha terrinha, conhecem o jardim do lago? claro que conhecem, local típico de convívio com família ou amigos, concertos, brincadeiras, festas... e todos como eu, mesmo que não gostem do sítio, sabem reconhecer que é bonito, calmo, verde...



pois, é mesmo bonito. sinto-me bem quando ali estou, seja de dia ou de noite. só não me sinto bem quando, numa qualquer tarde que decido passar à beira do lago (que por si só é sujo e poluído e não percebo como é que os patos ali vivem), me deparo com isto:



eu sei que não é só ali, mas foi o que vi quando decidi sentar-me na pedra. já não tenho sequer palavras para dizer sinceramente o que acho disto e o que acho de quem o faz. só pedia, com todo o respeito que devíamos ter por quem nos dá tudo, que pensassem duas vezes antes de o fazer. uma só pessoa não o faz, mas se pensássemos todos assim, onde estavam as revoluções, as manifestações, as lutas que mudaram o mundo? eu ainda acredito que isto pode mudar. mas como é que eu vou mudar a cabecinha de 6 biliões de pessoas?

3 comentários:

  1. basta que cada um pense que pode fazer a diferença. é meio caminho andado. o problema é que os grandes capitalistas, consumistas, egoistas, e cambada assim, não vão parar de fazer o que bem lhes apetece e muito menos perder dinheiro para preservar o que ainda há de bom (e com isto estou a pensar nas grandes industrias poluidoras, por ex.)

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  2. claro... mas o "povo" já deitou muitos desses abaixo e poderia fazê-lo outra vez. o problema é que quase ninguém se importa com isto e pensa que é uma causa perdida ou que já nem adianta...

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